quarta-feira, 27 de janeiro de 2010


„Foste o meu grande amor!“ „Fui?“ pergunto furiosa. „Foste!“ repete ele. As lagrimas começam a correr pela minha face de forma incontrolavel… „Como é que ainda tens lata para dizer tal coisa?“ grito… „Nao entendes…“ diz ele… „Nao, nao entendo, nao entendo como é que alguem que durante 4 anos da minha vida me bateu, é capaz de dizer que fui o grande amor da vida dele… nao entendo como ainda tens coragem de me olhar na cara e pronunciar tal coisa.“ De forma brusca enconsto o carro… eu nao estava preparada para esta conversa, queria apenas assinar os malditos papeis da casa para nunca mais ter que olhar aquele homem… „Sempre te amei.“ Procuncia… Juro-vos, so me apeteceu espanca-lo tal como ele muitas vezes fez comigo, em vez disso apenas fechei os olhos e lembrei-me de cada vez que ele me agrediu, lembrei-me de cada palavra , as lagrimas pareciam nunca mais acabar… „Nao consigo ver-te a chorar, para por favor..“ „Nao consegues ver-me chorar??? E todas a vezes que eu chorava enquanto tu me batias e eu implorava para parares?? Ai ja conseguias?? „ O odio que eu sentia, estava a crescer cada vez mais… tentei sempre disfaçar, esquecer, perdoar ate… era das primeiras pessoas a dizer que ele nunca o quis fazer, que sempre que o fazia se arrependia, mas as coisas mudaram, a menina que um dia o amou ja nao o ama… e quando o amor desaparece, tudo é visto de uma forma difrente… Hoje sera o fim de tudo, e ambos temos a consciencia disso… eu sinto-me aliviada, e ele sente que me perdeu para sempre… mas ainda nao reparou que me perdeu, desde a primeira bofetada que me deu, no quarto da mae dele… „ Diana eu so quero que saibas, que nao queria vender a casa… era o nosso sonho…“ „Era o nosso sonho, sonho que tu destruiste de dia para dia… tal como todo o amor que existia entre nos, foste destruindo e destruindo ate que um dia… tudo acabou…“ excalmo entre lagrimas… O silencio instalou-se naquele carro, se nao estivesse no meio de uma montanha qualquer, iria simplesmente sair, mas nao o pude fazer… sabia que tinha que levar as coisas ate ao fim, tinha que ir a Zurique assinar os papeis, para me poder ver livre do meu maior pesadelo… Segui caminho, a viagem parecia nunca mais acabar. Ja no consluado, sentados a frente da Senhora que estava a tratar dos papeis, olhei-o pela ultima vez… as lagrimas voltaram, lembrei-me daquele homem que eu conheci um dia … mas esse homem ja nao existia, lembrei-me de uma frase dita por ele na primeira noite em que me viu „ O que é meu as minhas maos vira ter…“ e eu sempre com a minha mania de ser inconqusitavel disse-lhe „Nunca!“ … passado de 2 meses começamos a namorar… mas essas lembranças ditas „boas“ foram apagadas e substituidas por todas aquelas que eu tento apagar cada dia da minha vida… „ A sua namorada esta a sentir-se bem?“ pergunta a Senhora do consluado… Sem reaçao olho para ela, apeteceu-me dizer-lhe „Nao, nao sou namorada dele… odeio este homem…“ Mas apenas disse: „Sim, este é apenas um passo muito importante para mim… desculpe. „ Ela sorriu-me… Chegou a altura de assinarmos, vi a mao dele a tremer, eu estava a morrer de medo que ele nao assinasse, porque sem aquela assinatura teria de mate-lo involuntariamente na minha vida… mas assinou, sem mais uma palavra assinei tambem… tinha o que precisava na minha mao, ja nao queria mais nada daquele ser humano que mesmo tendo namorado 5 anos comigo, nao passava de um desconhecido… Entramos no carro, e em, silencio fizemos as 3 horas de caminho. „Nunca ninguem te vai amar como eu te amei , e tu sabes que nao vais amar nunca ninguem como me amaste„ ouço. „Posso ate nunca vir a ser amada como tu dizes me amaste, mas juro que nunca ninguem me vai fazer tao mal,como tu me fizeste… „ Sai do carro, e sem olhar para tras segui caminho, apeteceu-me gritar: „Sou livre!“ mas apenas sorri… hoje o meu pesadelo acabou.

Ha pessoas que vao ler isto, e que me vao julgar como muitas o fizeram a minha volta… é apenas um desabafo, um capitulo que eu encerrei para sempre, peço apenas que pensem, se valera a pena sofrermos anos e anos, por alguem que nos diz amar, e que no fundo acaba por so nos fazer mal… Toda esta historia me tornou nesta pessoa fria e egosita, passo a passo estou a tentar encontrar-me de novo, mas nem sempre é facil, porque a cicatriz esta la… Durante anos pensei que ele fosse o meu grande amor, hoje eu sei que nao o foi… irei encontra-lo, ou se calhar ate ja o encontrei… mas um grande amor, é algo mais… Um grande amor nao agride, nao maltrata, um grande amor, nao acaba.

2 comentários:

  1. Aleluia, Di.

    Já maltratei muitas pessoas, só eu sei que não o queria fazer. Mas, de todo o mal que fiz, nenhum se compara ao mal que ele fez.

    Uma casa é uma casa, não é coisa alguma quando se encontra a dita vazia, dia após dia. Esquece a casa, esquece o carro ( pareço a Ágata), segue em frente, procura o calor atrás da nuca, procura o amparo. Procura o tal, o resto virá por si.

    Mas, pelo sim pelo não, continua a jogar na lotaria. Uns francos a mais nunca são demais, se não encontrares o contacto, pergunta. Haverá sempre alguém menos nervoso para o procurar.

    Hasta!

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  2. Anonimo :)
    Agradeço as tuas palavrinhas, sem dúvida alguma que uma casa é apenas uma casa, o que eu digo sempre é que nunca chegou a ser um "lar" ... Já passou, sou nova e a vida ainda terá muitas supresas reservadas para mim :)

    Quanto a parte da lotaria, tenho andado a procura do tal contacto , mas nada feito... Já agora és nervoso/a? :p

    Beijinho, Di :)

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