segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Sonhei com ela.
Outra vez!
Foi um reencontro de certa forma.
Tenho saudades, mas nunca lhe direi...
Já passaram dois anos e meio, e ela nunca se importou em saber se quer se estou viva ou morta, porque deveria ser eu a dar o primeiro passo?
No meu sonho parecíamos inseparáveis...
Mas a realidade é bem diferente.
Lembrei-me dos abraços desejados, mas nunca obtidos.
Lembrei-me das vezes que implorava atenção, mas que em vez disso me era dado apenas desprezo.
Lembrei-me do beijo de boa noite que nunca tive.
E lembrei-me também de uma noite, em que acordei com ela sentada aos pés da minha cama, a chorar e a dizer : "Tu és a culpada, sem ti a minha vida era bem melhor."
Ela nunca soube que ouvi tal frase, ela nunca soube que li cartas que ela escreveu ao meu pai quando ainda namoravam, em que mencionava que não queria ser mãe.
Ela não sabe que a culpo pela morte dele.
Nem sabe que a culpei anos e anos, pela infância miserável que tive.
Perdoei, não esqueci mas perdoei.
Hoje, sou crescida, e vejo as coisas de um modo bastante diferente.
Acredito que viver com o "peso" de ter uma filha que nunca desejamos, não seja fácil, mas ter uma mãe que nunca nos quis, é bastante pior.
Apesar de tudo, foi bom revê-la, mesmo que tenha sido apenas em sonhos.
Amo-a e isso é outra coisa que ela nunca saberá.

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